Porque hoje é Dia Mundial do Livro, desencantei do fundo da Mala uma postagem de Agosto de 2005, então escrita em jeito de homenagem a Enid Blyton, na celebração do seu nascimento. Passaram-se os anos, passaram os lugares e o tempo, passaram as pessoas. Os livros, aqueles que refiro na postagem, outros que fui adicionando à minha vida, esses continuam comigo.
De 15 em 15 dias, às quintas-feiras, chegava o furgão Citröen cinzento, de chapa ondulada, da Biblioteca Itinerante da Gulbenkian, carregadinho de livros e sonhos. 5 livros por quinzena, os de fita adesiva verde. Duras negociações com o Sr. Horácio, levaram-me a convencê-lo de que era rapazinho atinado e responsável e chegamos a um compromisso: 8 livros e as fitinhas poderiam ser amarelas e até mesmo laranja, sujeitas embora à prévia vistoria do censor. Nesse dia esquecia a bola, as escapadelas até ao rio e as cerejas do quintal do vizinho. Esperavam-me os tigres de Salgari, os vultos na névoa de Simenon, as travessuras de Twain, o futurismo de Verne, mas, acima de tudo, as aventuras de "Os Cinco", os meus preferidos por essa época.
Os dias da amizade para sempre a troco de uma chuinga. Os dias de escolher quadrilha e esconderijo, de arranjar lanternas e cordas, de procurar um cão sem dono para adoptar, porque sim, uma quadrilha precisa de um fiel amigo de quatro patas. Obscuras minas de água num ápice transformadas em misteriosas grutas a explorar, qualquer restinga de areia no meio do rio ganhava pergaminhos de inexpugnável ilha, todos os tostões amealhados para comprar laranjadas e gasosas e fazer piqueniques no meio da serra, entre urze e granito, longe de tudo mas principalmente longe do olhar dos adultos.
Os dias da aventura.
Os dias da amizade para sempre a troco de uma chuinga. Os dias de escolher quadrilha e esconderijo, de arranjar lanternas e cordas, de procurar um cão sem dono para adoptar, porque sim, uma quadrilha precisa de um fiel amigo de quatro patas. Obscuras minas de água num ápice transformadas em misteriosas grutas a explorar, qualquer restinga de areia no meio do rio ganhava pergaminhos de inexpugnável ilha, todos os tostões amealhados para comprar laranjadas e gasosas e fazer piqueniques no meio da serra, entre urze e granito, longe de tudo mas principalmente longe do olhar dos adultos.
Os dias da aventura.
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