Na sequência da publicação
das postagens intituladas “Extinção de freguesias: desmontando os argumentos da
CDU concelhia” e “Eu é que sou o presidente da junta…” recebi vários e-mails, obviamente
anónimos, como quase sempre, mimoseando-me com vários epítetos, que variam
entre o vernáculo mais baixo e fascista.
Organizem-se, porra! Afinal,
em que ficamos? No passado dia 15 de Setembro era comunista ou, no mínimo,
socialista, e agora sou fascista? Conforme as minhas críticas agradam, mais ou
menos, aos acólitos dos poderes instalados, à esquerda ou à direita, assim
varia a minha rotulagem?
Entre um epíteto e outro, o
que não vi, e gostaria de ter visto, foi o aparecimento de uma única crítica
sustentada por argumentos susceptíveis de trazerem alguma luz ao debate, algum
desmentido dos factos que apresentei. Tudo se resumiu ao insulto fácil e
gratuito que, como de costume, não me aquece nem arrefece.
Aqui vão mais alguns factos,
referentes aos 278 municípios do território continental:
- 178 municípios
apresentaram à AR pronúncias recusando a extinção/agregação de freguesias;
- 80 municípios apresentaram
à AR pronúncias aceitando e negociando a extinção/agregação de freguesias;
- 20 municípios não se
pronunciaram, aguardando-se envio de projecto alternativo.
Dos 80 municípios que
apresentaram propostas, 49 são regidos por PSD, CDS ou PSD/CDS, 26 pelo PS e 5
pela CDU. Este cenário contraria a imagem que tanto a ANAFRE como muitos
autarcas querem passar, de um unanimismo que não existe, de um país unido
contra a reforma administrativa. O que se passa é bem diferente: quase 1/3 dos
municípios, perante a inevitabilidade da lei, decidiram extrair da sua
aplicação o melhor possível, negociar, obter vantagens, em vez de vir agora
reclamar que vivemos em ditadura. A existir alguma ditadura neste processo, ela
é imposta por aqueles autarcas que não promoveram nenhum debate digno desse
nome, nem submeteram ao plebiscito popular nenhuma decisão, limitando-se a
considerar as suas próprias ideias como vontade popular.
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