segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Extinção/agregação de freguesias: mais factos



Na sequência da publicação das postagens intituladas “Extinção de freguesias: desmontando os argumentos da CDU concelhia” e “Eu é que sou o presidente da junta…” recebi vários e-mails, obviamente anónimos, como quase sempre, mimoseando-me com vários epítetos, que variam entre o vernáculo mais baixo e fascista.  

Organizem-se, porra! Afinal, em que ficamos? No passado dia 15 de Setembro era comunista ou, no mínimo, socialista, e agora sou fascista? Conforme as minhas críticas agradam, mais ou menos, aos acólitos dos poderes instalados, à esquerda ou à direita, assim varia a minha rotulagem?

Entre um epíteto e outro, o que não vi, e gostaria de ter visto, foi o aparecimento de uma única crítica sustentada por argumentos susceptíveis de trazerem alguma luz ao debate, algum desmentido dos factos que apresentei. Tudo se resumiu ao insulto fácil e gratuito que, como de costume, não me aquece nem arrefece.

Aqui vão mais alguns factos, referentes aos 278 municípios do território continental:

- 178 municípios apresentaram à AR pronúncias recusando a extinção/agregação de freguesias;

- 80 municípios apresentaram à AR pronúncias aceitando e negociando a extinção/agregação de freguesias;

- 20 municípios não se pronunciaram, aguardando-se envio de projecto alternativo.

Dos 80 municípios que apresentaram propostas, 49 são regidos por PSD, CDS ou PSD/CDS, 26 pelo PS e 5 pela CDU. Este cenário contraria a imagem que tanto a ANAFRE como muitos autarcas querem passar, de um unanimismo que não existe, de um país unido contra a reforma administrativa. O que se passa é bem diferente: quase 1/3 dos municípios, perante a inevitabilidade da lei, decidiram extrair da sua aplicação o melhor possível, negociar, obter vantagens, em vez de vir agora reclamar que vivemos em ditadura. A existir alguma ditadura neste processo, ela é imposta por aqueles autarcas que não promoveram nenhum debate digno desse nome, nem submeteram ao plebiscito popular nenhuma decisão, limitando-se a considerar as suas próprias ideias como vontade popular.

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