Numa frase...

Paulo Portas, Ministro de Estado, dos Negócios Estrangeiros e Presidente do CDS, quebrando o silêncio que vinha mantendo, dirigiu-se hoje ao país, na sequência da realização do Conselho Nacional do seu partido, dando-nos conta dos temas aí debatidos.

Resumindo em algumas linhas a sua comunicação, direi que esta teve dois momentos distintos: um primeiro em que PP esteve em modo “atendedor de chamadas”, a debitar a opinião do partido, reiterando a unicidade do Governo e reafirmando que o acordo assinado com o PSD é para cumprir, apesar de vincar a ideia de que unicidade não é unanimismo.

No segundo momento, num registo mais pessoal, afirmou ter dado conta ao Primeiro-Ministro da sua opinião divergente acerca da alteração da TSU, frisando que este assunto constava do Programa do Governo mas sob reserva do CDS, alertando-o e defendendo outros caminhos, mas sem bloquear a medida, por estar convencido que isso conduziria a uma crise nas negociações com a Troika, redundaria numa crise governativa e, em última instância, lançaria o país no caos. Depois de PP Coelho falar em “modelar” e Vítor Gaspar em “rebalancear” as novas medidas de austeridade, foi hoje a vez de PP afirmar que o Governo deve ter abertura para negociar com os parceiros sociais.

Referindo-se depois ao Orçamento, que sobe ao Parlamento no próximo dia 15 de Outubro, afirmou que este é um trabalho em curso, onde se devem fazer escolhas, tendo sensibilidade social e visão de futuro. Defendeu ser necessário haver audácia do lado da redução da despesa, salientando 2 questões: PPP’s, acerca das quais salientou que se deve defender o interesse público, as EP’s, que considerou terem gastos excessivos. Do lado da receita mencionou que o Estado deverá proceder á alienação organizada do seu vasto património edificado, a exemplo do que vêm fazendo outros Estados. Obter-se-ia assim o cumprimento das metas orçamentais e a redução do défice, ao mesmo tempo que se consolidava o equilíbrio da percepção pública.

Numa frase: PP sabe mais de política sozinho que os ministros do PSD todos juntos, verdadeiro profissional entre amadores, e o CDS vendeu a alma ao diabo a troco da sua manutenção no poder.