segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 de Abril


Tive hoje novamente o prazer, em nome do Movimento Independente Mexer Com Nisa, representado na Assembleia Municipal de Nisa pelo meu amigo e companheiro Amílcar Zacarias, de me dirigir aos Nisenses, na comemoração do 42º aniversário do 25 de Abril.

Se em 2014 a minha intervenção celebrou a Revolução dos Cravos em si mesma e, em 2015, teve por mote as primeiras eleições democráticas, livres e universais (a eleição da Assembleia Constituinte, em 1975), não podia, quando se comemoram os 40 anos da Constituição da República Portuguesa (com entrada em vigor em 25 de Abril de 1976) e as primeiras eleições autárquicas (12 de Dezembro de 1976), deixar de referir estes dois marcos históricos.

Falei sobretudo sobre o Poder Local, sobre a Autarquia, do grego "αuταρχία", composto de "αuτός" (si mesmo) e "αρχω" (comandar), ou seja, "comandar a si mesmo" e dos que dão voz ao Povo, nas Assembleias de Freguesia, Juntas de Freguesia, Assembleias Municipais e Câmaras Municipais. 

O Poder Local, a um tempo marco incontornável da consolidação da Democracia e uma das maiores realizações desta, associado à promoção do desenvolvimento, à salvaguarda do património e à valorização das culturas locais e regionais. Os Autarcas, onde se projectam aspirações e anseios, vontade de mudança e estabilidade.

Dei conta da minha insatisfação por, nesta data simbólica, se ter desperdiçado a oportunidade de homenagear todos os eleitos do nosso concelho desde 1976, na pessoa daqueles sufragados em 12 de Dezembro desse ano, sem o menor menosprezo por quem, na comemoração solene desta manhã, foi condecorado. Tal assunto esteve presente na última Reunião de Câmara, por proposta da CDU. Por uma questão formal, pruridos de linguagem, tal proposta não foi aprovada. Entendo as razões desta não aprovação, mas entendo também que, dado o simbolismo da data, e citando Jane Austen, com alguma sensibilidade e bom-senso, teria sido possível a homenagem devida a quem, em tempos muito conturbados e acesos, quando não violentos no sentido físico da palavra, teve a coragem e a responsabilidade de dar cara e voz aos seus concidadãos.

Afirmou a Sra. Presidente da Câmara, Idalina Trindade, aquando da sua intervenção, que essa homenagem já poderia ter sido feita à 20, 10 ou 5 anos, na época do governo do concelho pela CDU. Poder, podia, mas não era a mesma coisa. A mim, que às guerrilhas partidárias e às trocas de galhardetes digo nada, parece-me que teria sido importante que essa homenagem tivesse tido lugar hoje. 

Aqui fica uma sugestão: porque não efectuar essa homenagem na Assembleia Municipal de Dezembro, em data próxima da comemoração dos 40 anos das eleições autárquicas de 12 de Dezembro de 1976?
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imagem: jornalmapa.pt

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