Ao longo dos vários dias que durou a campanha eleitoral, percorrendo todas as localidades do nosso concelho, fui recolhendo notas mentais, retendo imagens e sons, guardando coisas na memória. À medida que me for recordando, irei dando conta dessas sensações.
Uma
coisa é a higiénica frieza dos números, outra a crueza da realidade vista e
ouvida.
Conheço
os dados da estatística demográfica do concelho: o súbito e rápido decréscimo
populacional entre as décadas de 50 e 70, a lenta mas inexorável sangria que
ocorre desde então, reflectida nos Censos 2011, com a perda de 1135 habitantes
desde 2001, ou no número de eleitores inscritos, 6715 em 2013 contra 7429 em
2009, menos 714.
Assim,
em abstracto, os números não deixam de ser impressionantes. Mas calcorrear as
ruas de todas as aldeias e vilas do concelho, perguntar a alguém com 70 ou 80
anos que nos abre a porta se mora alguém nas casas anexas ou fronteiras, e
obtermos por resposta que não, que nem nessas nem nas 3 ou 4 seguintes, porque
os anteriores residentes morreram ou migraram, é assustador.
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foto: Maria Helena Pires
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foto: Maria Helena Pires
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