sexta-feira, 12 de julho de 2013

À Espera de Godot







“En Attendant Godot”, em português, “À Espera de Godot”, é uma peça de teatro do dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906 - 1989), escrita originalmente em francês e publicada em 1952.

Num lugar indefinido (caminho rural, com árvore, á noite) encontram-se dois amigos: Estragon e Vladimir. A primeira frase dita na peça, por Estragon, indica desde logo a inutilidade da sua presença naquele lugar: "Nada a fazer". Encontram-se ali à espera de um sujeito de nome Godot. Nada é esclarecido a respeito de quem é Godot ou o que desejam dele. Os dois iniciam um diálogo trivial que só será interrompido aquando da entrada de Pozzo e Lucky. O aparecimento destes assusta os amigos, ainda mais pelo modo como surgem: Pozzo puxa uma corda amarrada ao pescoço de Lucky. Lucky, por sua vez, carrega uma pesada mala que não larga um só instante. Entende-se pela situação que Pozzo é o patrão e Lucky o seu criado. Os quatro trocam palavras, cada um com o seu drama pessoal, até que Pozzo e Lucky saem. Em seguida, entra um garoto para anunciar que quem eles estão esperando - Godot - não virá hoje, talvez amanhã. Fim do primeiro acto.

O segundo acto é cópia fiel do primeiro. O cenário é o mesmo, apenas a árvore que está um pouco diferente, com algumas folhas. Estragon e Vladimir voltam para esperar Godot, que talvez apareça nesse dia. Iniciam outro diálogo trivial, interrompido outra vez pela chegada de Pozzo e Lucky. Só que, inexplicavelmente, Pozzo está cego e Lucky está surdo. Dialogam. Após a partida destes, aparece um garoto (diferente do garoto do primeiro acto) anunciando que Godot não virá hoje, talvez amanhã. Pensam em enforcar-se na árvore, mas desistem, ante a impossibilidade do acto ser simultâneo. O diálogo final, que encerra o acto e a peça, é o seguinte:

Vladimir: Então, devemos partir?
Estragon: Sim, vamos.
(Não se movem).

Ainda hoje, a expressão "À Espera de Godot" é bastante utilizada para indicar algo impossível, ou uma espera infrutífera.

Porque que é que me lembrei disto? Não sei, talvez porque tem fortes semelhanças com a actual crise política.



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