sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Vamos brincar às Assembleias Municipais?




Acerca da Assembleia Municipal Extraordinária (AME) que decorreu esta tarde, se leram a postagem que aqui coloquei há dois dias, “A inutilidade do extraordinário”, recordar-se-ão do último parágrafo:

Presumo que o Presidente da Assembleia Municipal tenha já em sua posse, bem como todos os deputados municipais, o conteúdo das propostas a votar. Sendo assim, e perante o sucedido na reunião de hoje, o que vai acontecer a estes dois pontos da Ordem de Trabalhos? Vão ser ambos retirados? Vai ser retirado o primeiro e substituído o segundo pela versão hoje aprovada? Será que vamos ter uma Assembleia, convocada por motivo de urgência, da qual não vão constar os pontos que poderiam justificar este motivo? O extraordinário, mais do que normal, vai-se revelando inútil…

Alguém adivinha o que aconteceu? Não é difícil, pois não? Para além da costumeira originalidade de os eleitos intervirem enquanto munícipes, no período da Ordem de Trabalhos (OT) destinado a esse fim, dos pontos cuja aprovação urgente determinou a convocação desta AME, que recordo eram os n.ºs 4 e 5, respectivamente a “Proposta sobre a Tabela de Taxas e Licenças do Município de Nisa” e a “Proposta de alteração da Estrutura Orgânica do Município de Nisa”, apenas o segundo foi, digamos assim, aprovado na “generalidade”, enquanto o primeiro foi retirado da OT, por carecer de documentos de suporte, nomeadamente a minuta ou acta, assinadas pelo Executivo, da Reunião de Câmara em que foi votado.

Ou seja: a presunção que assumi, segundo a qual o Presidente da AM, bem como os restantes eleitos, já teria recebido toda a documentação necessária, não se verificou. Acontece que esta minha presunção era irónica, pois tinha perfeita noção que tal, por força das sucessivas peripécias que animaram as duas últimas reuniões de câmara, aqui relatadas, nunca poderia ter ocorrido! Sendo assim, porque razão convocou o Presidente da AM esta assembleia com carácter extraordinário??

Fiquei muito sensibilizado pelo pedido de desculpa apresentado pelo Presidente da AM aos munícipes e aos eleitos, por mais este acto de comédia na farsa que vem demonstrando ser a gestão autárquica do nosso município. E as juras, de que era a última vez que tal acontecia, também calaram fundo no meu coração. Onde não colheram simpatia foi no meu bolso de contribuinte, que vai pagando senhas de presença, ajudas de custo e subsídios de transporte!

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