quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A inutilidade do extraordinário




Tal como eu esperava, a Reunião de Câmara hoje realizada decorreu num ambiente de cortar à faca, com longos e inusitados silêncios, como a bonança que antecede a tempestade. Resumindo uma maratona de 5 horas, e nos dois pontos da Ordem de Trabalhos que mais interesse me suscitavam, temos o seguinte cenário:

- Proposta de alteração da Estrutura Orgânica do Município de Nisa - não aprovada, com votos contra dos vereadores Idalina Trindade, Sena Cardoso e Fernanda Policarpo

- Aprovação da Acta nº 36, da Reunião Extraordinária de Câmara (REC) realizada no dia 31 de Outubro de 2012 (em conjunto outras Actas) - ponto retirado da Ordem de Trabalhos.

Entretanto, logo no início da reunião, foi de novo apresentada pela Vereadora Fernanda Policarpo a sua “Proposta sobre a Tabela de Taxas e Licenças do Município de Nisa”, já aqui reproduzida na íntegra, que a Presidente da Câmara não havia submetido à votação na REC de dia 31, em minha opinião em clara violação do Regimento. Durante a votação da mesma, foi apresentado pela Presidente da Câmara um parecer jurídico, que sustenta a sua posição na última reunião, e que levou a que abandonasse de seguida a sala, por entender que a Proposta anteriormente votada (?) vincula a Câmara, devendo ser esta a que será ratificada na próxima Assembleia Municipal Extraordinária. Procedendo-se à votação, foi a proposta aprovada com os votos a favor dos vereadores da Oposição e a abstenção do Vereador Manuel Bichardo. Saúdo aqui a posição assumida pelo Vereador, votar a proposta, independentemente do sentido do seu voto, ao contrário do que haviam feito os restantes vereadores na última REC.

Presumo que o Presidente da Assembleia Municipal tenha já em sua posse, bem como todos os deputados municipais, o conteúdo das propostas a votar. Sendo assim, e perante o sucedido na reunião de hoje, o que vai acontecer a estes dois pontos da Ordem de Trabalhos? Vão ser ambos retirados? Vai ser retirado o primeiro e substituído o segundo pela versão hoje aprovada? Será que vamos ter uma Assembleia, convocada por motivo de urgência, da qual não vão constar os pontos que poderiam justificar este motivo? O extraordinário, mais do que normal, vai-se revelando inútil…


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