Muito boa gente
responde, ao ser-lhes perguntado que credo professam, serem católicos não-praticantes.
Este conceito, de fazer parte de algo mas não praticar, não me confunde apenas
quando se fala de religião: pelos vistos, na política, também há gente que é
militante não-praticante.
Ocorreu-me isto ao ouvir as declarações de
Berta Cabral, candidata do PSD ao Governo Regional dos Açores, mais parecendo
Arménio Carlos do que alguém que é Presidente da Comissão Política Regional, desmarcando-se em quase toda a linha da actual política de austeridade proclamada por Passos Coelho. Em inflamado discurso, embalada pelas declarações
de Moreira da Silva, Vice-Presidente do PSD, que teceu loas à sua “autonomia”, Berta Cabral
proclamou que “chega de austeridade”, “chega de mais impostos” e “não vamos ter
mais despedimentos, muito menos na Função Pública!”.
Temos aqui uma antevisão
daquilo que vai ser a campanha para as próximas eleições autárquicas, a
realizar em Outubro de 2013: candidatos do PSD a tentarem descolar da política
económica e social do Governo (imagino os golpes de rins na questão da
agregação/extinção de freguesias!), enquanto os restantes candidatos não se vão
cansar de bater nesse ceguinho. Tenho a sensação que Passos Coelho e restantes membros do Governo não vão
ter muitos convites para participar na campanha.
Cá pelo burgo, essa
tentativa de dissociar o PSD local do PSD nacional e do Governo e a tentativa
inversa, já começaram: se têm dúvidas, leiam as colunas de António Franco,
Presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, e Marco Oliveira,
Presidente da Comissão Política do PS, respectivamente na penúltima e última
edições do Jornal de Nisa.
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imagem daqui: http://galetticamila.blogspot.com
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