quarta-feira, 14 de março de 2012

Já cheira mal

Como dei conta na postagem anterior, um acontecimento insólito ocorreu esta manhã, durante a Reunião Extraordinária de Câmara: dois indivíduos entraram na sala e colocaram um bidão de plástico em cima da mesa, com várias folhas coladas, com os dizeres “Água da Ribeira do Vale da Boga, contaminada pela ETAR de Nisa”.

Foto: José Maria Moura

Quando cheguei à Reunião apercebi-me do dito recipiente no exterior da Biblioteca Municipal e dei-me conta do cheiro desagradável que permanecia ainda dentro da sala. Um pouco mais tarde chegaram ao local elementos da GNR de Nisa, nomeadamente do SEPNA, que tomaram conta da ocorrência, bem como funcionários da CMN, que recolheram uma amostra do líquido que o recipiente continha, presumo que para análise posterior.

Como não sou de ver apenas um dos lados das coisas, e na sequência da deslocação que fiz à zona do Racheiro/Monte da Ordem para recolher fotos do incêndio que aí lavrou durante esta tarde, fui até ao Ribeiro do Vale da Boga. Logo na Estrada Municipal 526, vizinha da ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais), que liga Nisa a Pé da Serra, fui assaltado pelo cheiro nauseabundo que daí provinha. Enveredando pelo caminho que liga ao Vale da Boga o mau cheiro manteve-se e, chegado ao pontão em boa hora recuperado, tive oportunidade de verificar que a água tem um aspecto deveras desagradável, continuando a exalar o tal cheiro nauseabundo.



Dito isto, devo esclarecer que o líquido que vi no recipiente depositado na Biblioteca Municipal me pareceu em muito pior estado do que a água do ribeiro, o que me leva a questionar a sua proveniência. Por outro lado, a responsabilidade da exploração da ETAR é da empresa Águas do Norte Alentejano, junto de quem a CMN já por diversas vezes protestou. Acrescento que a ETAR se encontra a funcionar, como se poderá comprovar nas fotos em anexo.


Sendo absolutamente a favor de toda e qualquer acção de cidadania que a sociedade civil promova junto de quem nos governa, tal deve ser feito de forma legal e de modo a causar impacto. Tivessem os autores da façanha feito a divulgação da sua reclamação junto da população, para depois, de forma ordeira, a apresentar à CMN, alertando previamente os média, e teriam o meu apoio. Do modo como o protesto decorreu, fora da norma e sem visibilidade, merece a minha atenção mas não tem a minha concordância. Ainda assim, recomenda-se à CMN que continue a exercer pressão sobre quem de direito.
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O meu agradecimento ao José Maria Moura pela cedência da foto do bidão, e à Teresa Melato, que me fez o relato do sucedido, ocorrido antes da minha chegada à Reuião.

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