sábado, 3 de julho de 2010

Tava na cara, né?


Recordo com clareza, até porque estava em causa uma aposta a ser degustada em local a combinar, o momento em que o meu sogro, aquando do lançamento do livro de Carolina Salgado, "Eu, Carolina", onde produzia declarações bombásticas acerca do seu ex Pinto da Costa, um dos homens mais influentes do futebol português, me dizia que finalmente se tinham chamado os bois pelos nomes, a verdade sobre a personalidade manipuladora de Pinto da Costa seria finalmente revelada e os seus actos condenados pela Justiça. Devo acrescentar que o meu sogro, como qualquer benfiquista que se preze, tem um ódio figadal a Pinto da Costa.

Decorria o ano de 2006, e ao longo do livro, para além da descrição de algumas cenas de faca e alguidar, com alegações de presumíveis agressões com ameaças de morte à mistura, Carolina Salgado acusa Pinto da Costa de subornar árbritos, que receberiam dinheiro e favores de "meninas" como recompensa (continuo a achar que menina é outra coisa e que ainda não se inventou melhor eufemismo para puta que o francês "filles du trottoir"), e de ser o responsável pelas agressões ao vereador socialista da Câmara de Gondomar, Ricardo Bexiga, tendo-lhe pedido para fazer os contactos necessários para contratar alguém que desse uma lição a Ricardo, já que tinha sido ele o autor das denúncias à PJ do processo “Apito Dourado”.

Respondi então ao meu sogro que, findo o que eu esperava fosse um longo processo, Pinto da Costa sairia da situação sem uma beliscadura e Carolina Salgado seria provavelmente condenada.. Seis anos decorreram antes que a Justiça se libertasse da teia em que normalmente se enreda e proferisse sentença: os juízes do Tribunal de S. João Novo, no Porto, condenaram Carolina Salgado por difamação qualificada ao advogado Lourenço Pinto, a quem deverá pagar uma indemnização de 5000 euros.

Não tenho dons divinatórios, mas como dizem os brasileiros, "tava na cara, né?" Para quem duvida que tenha sido feita justiça, recordo que em tribunal não se apura a verdade dos factos tal como se passaram, mas a verdade que resulta da prova feita em tribunal, ou seja uma verdade processual, que pode ou não coincidir com a verdade real dos factos.

E então Ti João, onde é que vai pagar o jantarinho?
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1 comentário:

ana disse...

e alguém ainda duvida que o Pinto da Costa é intocavel? esse processo é como o da casa pia.No fim de tudo a montanha vai parir um rato e quem vai pagar as favas é o Silvino que é o elo mais fraco,e diz o PM que a justiça portuguesa é boa,é boa é......