Após exaustiva investigação, daquelas de fazer inveja às melhores que a PJ tem produzido nos últimos anos, seguida de intensiva lucubração, a fazer jus ao mais brilhante raciocínio lógico de Poirot, quase gritei, como o outro que saltou nu da banheira para as ruas de Siracusa, algo que a minha modéstia e sentido de decoro, para além do facto de não estar em Siracusa, me impediram de fazer, eureka, eureka!
Pois é, amigos: conclui por A+B que o município de Nisa, que pensávamos estar pobre como Job, está pior ainda, porque é mais pobre do que todos os outros que o rodeiam. Lá vai o A+B:
A – A CMN justificou a não realização da NISARTES em 2010, e cito, “por falta de financiamento”. Continuando a citar: “Como é lógico, após a imposição de cortes orçamentais à Câmara, eu não vou cortar no investimento, nem noutros custos de funcionamento. Portanto, decidimos que os cortes tinham que ser feitos na Nisartes”.
B – Todos os concelhos que rodeiam Nisa, queixando-se também da falta de verbas, e quem se não queixa, mantiveram a realização das suas feiras: Vila Velha de Ródão (25, 26 e 27 de Junho), Gavião (16, 17 e 18 de Julho), Crato (entre 25 e 28 de Agosto) e Castelo de Vide (que realiza várias feiras temáticas por ano, um modelo que me agrada, estando em agenda a “Feira de Artes e Cultura”, a 31 de Julho, e o “Mercado Medieval, a 3, 4 e 5 de Setembro).
Perante este cenário, das duas, uma: ou a CMN é o vizinho mais pobre da paróquia, ou as outras autarquias, também elas na penúria, ensandeceram e, nos estertores da morte financeira anunciada, têm delírios de extravagância e despesismo. Na realidade, se calhar será das três, uma: lembrei-me agora que existe também a possibilidade de a CMN ter as vistas curtas. Uma coisa assim do género do pastor que tem um rebanho e que, no pino do verão, quando as ovelhas têm mais sede e a água escasseia, para poupar água e em vez de abrir novo furo, deixa de dar de beber às ditas.
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