Os Chineses têm mais provérbios do que Santos a Igreja Católica. Mas há um de que gosto particularmente: “Se vires alguém com fome, não lhe dês um peixe. Dá-lhe uma cana e ensina-o a pescar.”
Somos um país que, por vicissitudes históricas variadas e antigas, se habituou ao lucro fácil a troco de pouco trabalho. Concordo com a tese de António Sérgio e Vitorino Magalhães Godinho, que apontam como uma das razões da invasão e tomada de Ceuta por Portugal em 1415, a codícia do poder então instalado, político e comercial, pelo trigo que abundava nesta região e pelo ouro e especiarias que a ela chegavam, trazidas da Índia, pela Rotas Caravaneiras do Saara. Afastadas estas Rotas para outros destinos, nomeadamente as chamadas “repúblicas marítimas” da Península Itálica, como Veneza ou Génova, fomos até à Índia, ocupando depois o Brasil e partes de África, num processo que, durante séculos, concentrou todos os esforços do país no sector terciário, não investindo no sector primário e secundário. Perdidos Índia, Brasil e mais recentemente as províncias ultramarinas (ou colónias, se preferirem designação menos eufemística), Portugal caminhou sempre atrás da maioria dos países europeus, chegando atrasado à Revolução Industrial, que por cá não passou de intentona industrial. Após a integração na então designada CEE, o arrastar de pés continuou, numa volúpia de dinheiro fácil, que se julgava inesgotável, e serviu para muita coisa mas não para investir em sectores estratégicos como sejam a agricultura ou a indústria. Habituamo-nos a depender do Estado, da Câmara, da Junta de Freguesia, do subsídiozinho a propósito de tudo e de nada, porque chove ou porque faz sol, esquemas de esperteza saloia para enriquecer sem trabalhar.
Somos um país que, por vicissitudes históricas variadas e antigas, se habituou ao lucro fácil a troco de pouco trabalho. Concordo com a tese de António Sérgio e Vitorino Magalhães Godinho, que apontam como uma das razões da invasão e tomada de Ceuta por Portugal em 1415, a codícia do poder então instalado, político e comercial, pelo trigo que abundava nesta região e pelo ouro e especiarias que a ela chegavam, trazidas da Índia, pela Rotas Caravaneiras do Saara. Afastadas estas Rotas para outros destinos, nomeadamente as chamadas “repúblicas marítimas” da Península Itálica, como Veneza ou Génova, fomos até à Índia, ocupando depois o Brasil e partes de África, num processo que, durante séculos, concentrou todos os esforços do país no sector terciário, não investindo no sector primário e secundário. Perdidos Índia, Brasil e mais recentemente as províncias ultramarinas (ou colónias, se preferirem designação menos eufemística), Portugal caminhou sempre atrás da maioria dos países europeus, chegando atrasado à Revolução Industrial, que por cá não passou de intentona industrial. Após a integração na então designada CEE, o arrastar de pés continuou, numa volúpia de dinheiro fácil, que se julgava inesgotável, e serviu para muita coisa mas não para investir em sectores estratégicos como sejam a agricultura ou a indústria. Habituamo-nos a depender do Estado, da Câmara, da Junta de Freguesia, do subsídiozinho a propósito de tudo e de nada, porque chove ou porque faz sol, esquemas de esperteza saloia para enriquecer sem trabalhar.
Reparei ontem no “outdoor” de um partido político com assento parlamentar, que pede mais apoio para os desempregados, mais precisamente o acesso ao subsídio de desemprego com seis meses de descontos no último ano de trabalho. Nada tendo contra o apoio a quem, de repente, se vê sem trabalho nem salário, antes pelo contrário, penso que os esforços da classe política se deveriam concentrar noutro objectivo. Não se resolvem os problemas que afectam hoje muitas famílias portuguesas, com cerca de 10.5% da população activa no desemprego, o défice ou a falta de investimento, minimizando consequências, mas atacando causas. Não será já chegada a altura de nos deixarmos de demagogias e começarmos a investir na criação de empregos em vez de subsidiar desempregados? Deixem lá os peixes sossegados por uns tempos e comecem a distribuir canas de pesca.
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imagem daqui: http://www.edupics.com
1 comentário:
Penso que o seguro de desemprego é de fato uma obrigação do estado. No entnato, para que isto fique "barato", há que o estado invista na geração de empregos. Ou seja, uma iniciativa não deve matar a outra, desde que as duas tenham critérios e regulamentos que não inentivem a ociosidade.
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