sexta-feira, 5 de agosto de 2005

Percursos à beira Tejo - IV



Continuando a subir o Tejo, passado o remanso da Barragem do Fratel, a paisagem surpreende-nos com o rasgão das Portas de Ródão, o rio a romper por entre dois imponentes blocos de pedra. Aqui terminava a navegabilidade do Tejo, quando este era ainda um canal de comunicação entre o litoral e o interior.
O penhasco está ali, desafiante, e a velha centelha que me move leva-me a aceitar o desafio, a iniciar a escalada, em busca dos ninhos de grifo lá no alto.
Tarefa de respeito, escalada livre, sem cordas, a solo, câmara, mochila e poncho às costas, a rocha molhada que se fragmenta, os grifos a rondarem, curiosos acerca de quem invade os seus domínios, mas o desejo sobrepõe-se à razão, quero ver os grifos de perto, sentir o vento nas suas asas, ouvir o seu grito de senhores dos céus por estas paragens.
Atingi o cimo do penhasco após 45 minutos de escalada, exausto e completamente molhado, mas a paisagem que avisto e a tranquilidade que me rodeia compensam o esforço.
E depois, a descer todos os santos ajudam...
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fotos: josé carlos

3 comentários:

Madalena disse...

Falas de lugares por onde passei muitas vezes, a caminho de Idanha a Nova. Nesse tempo as estradas não eram o que são hoje e podia gozar-se mais a paisagem.
Obrigada, Zé Carlos, por trazeres esta recordação. Um beijinho!

th disse...

Tenho saudades dum rio assim, beijo para ti...th

Abigail Alexis~ disse...

Great photos.Thanks