terça-feira, 5 de novembro de 2013

Mãos à obra!

O sector do Turismo foi apontado por todas as forças políticas envolvidas nas autárquicas no nosso concelho, durante a recente campanha eleitoral, como área estratégica para o desenvolvimento local. Por outro lado, todos manifestaram ainda a intenção de recuperar os centros históricos, nomeadamente o centro histórico de Nisa, sendo que as duas questões, do meu ponto de vista,  andam de braço dado.

 
 
Quando guio grupos de turistas em Nisa, ou tão só quando sirvo de cicerone a amigos que me visitam, é incontornável um passeio pela "Vila", como por aqui se diz. Para além de o conjunto de muralhas e respectivas portas ser Monumento Nacional, aí se localizam os dois núcleos do Museu do Bordado e do Barro, existindo ainda um conjunto edificado interessante, das mais diversas épocas, com pequenas jóias escondidas aqui e ali. Mas o Centro Histórico vale sobretudo pelo seu todo, pelo fluir das calçadas, pela atmosfera: por momentos, não fora a profusão de cabos e fios de toda a espécie que alastram como praga, poluindo o cenário, ou pela passagem ocasional de alguma viatura, e julgaríamos estar num, qualquer século distante.



Sempre que possível, não deixo de subir ao alto da torre da Porta de Montalvão. Quem já o fez sabe que, a par de uma vista impressionante, que nos permite ter uma perspectiva diferente do Centro Histórico, observando a sua curiosa geometria, nos oferece também o degradante espectáculo de imensas casa sem telhado ou perto disso, em avançado estado de degradação.





Uma das minhas ruas favoritas no Centro Histórico é a Rua de Santa Maria. Faço sempre questão de aí passar, seja pelo pitoresco, seja pela curiosidade de ser a rua mais estreita de Nisa. Se o panorama da "Vila", visto do cimo da torre já é o que é, imaginem o que acontece ao nível da rua! Casas esventradas, sem portas ou janelas, cheias de lixo, focos de insalubridade.



Um dos ex-libris de Nisa é o seu Centro Histórico. Pelas variadas razões a que mais acima aludi, mas também porque, pelo menos por ora, o Posto de Turismo se localiza no Centro Histórico (já agora: até quando? Não vemos por lá ninguém a trabalhar há algum tempo), todos os turistas para aí convergem. É este o espectáculo que lhe queremos oferecer? Mãos á obra, senhores, mãos à obra!

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