sábado, 29 de junho de 2013

Bonita, limpa e boa.



Com as listas de candidatos às Autárquicas 2013 em Nisa quase prontas, à falta, até porque ainda é cedo para tal, de programas eleitorais que nos permitam conhecer as intenções de cada partido, a sua visão de futuro para o concelho, não posso deixar de dar o meu contributo enquanto cidadão, no que espero venha a ser um capítulo novo na gestão dos destinos da nossa terra, nomeadamente ao nível da campanha política que se avizinha.
 
A campanha de 2009, excessivamente fulanizada e sem ideias de fundo, foi, socorrendo-me do título de um celebérrimo filme de Ettore Scola, que hoje li reproduzido no “Expresso” pela mão de Clara Ferreira Alves”, feia, porca e má. Em 2013, gostaria de ter uma campanha que:
 
- Incentive a participação colectiva, baseada na liberdade de expressão e no debate de ideias, evitando as costumeiras opções centralizadoras, fundadas em estratégias programáticas partidárias pré-concebidas, tantas vezes completamente alheias às problemáticas locais;
- Valorize e mobilize os recursos humanos locais, colocando a experiência de vida, a competência e a criatividade acima do carreirismo e clientelismo, do medo e da apatia;
- Promova a transparência e a avaliação conjunta das práticas políticas, combatendo a lógica de perpetuação acrítica do poder, cimentada em manobras financeiras e contabilísticas, despotismo mal esclarecido, obstrução deliberada dos circuitos de comunicação e na falta de respeito pelas opiniões e contributos dos cidadãos;
- Respeite a independência e as dinâmicas de desenvolvimento local e promova o estabelecimento de parcerias activas de qualidade;
- Permita construir projectos estruturantes, recusando a promoção de intenções populistas, quase sempre desarticuladas e sem possibilidade prática de concretização, meramente propagandísticas, quando não reveladoras de uma certa megalomania ao serviço dos interesses das lideranças partidárias.
 
Resumindo, quero uma campanha bonita, limpa e boa. Não sei se será possível, mas caramba, podem pelo menos tentar, não?


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