Com as listas de candidatos às Autárquicas 2013 em Nisa quase prontas, à falta, até porque ainda é cedo para tal, de programas
eleitorais que nos permitam conhecer as intenções de cada partido, a sua visão
de futuro para o concelho, não posso deixar de dar o meu
contributo enquanto cidadão, no que espero venha a ser um capítulo novo na gestão dos
destinos da nossa terra, nomeadamente ao nível da campanha política que se
avizinha.
A campanha de 2009, excessivamente fulanizada e sem ideias de
fundo, foi, socorrendo-me do título de um celebérrimo filme de Ettore Scola, que
hoje li reproduzido no “Expresso” pela mão de Clara Ferreira Alves”, feia,
porca e má. Em 2013, gostaria de ter uma campanha que:
- Incentive a participação colectiva, baseada na liberdade de expressão
e no debate de ideias, evitando as costumeiras opções centralizadoras, fundadas
em estratégias programáticas partidárias pré-concebidas, tantas vezes
completamente alheias às problemáticas locais;
- Valorize e mobilize os recursos humanos locais, colocando a
experiência de vida, a competência e a criatividade acima do carreirismo e
clientelismo, do medo e da apatia;
- Promova a transparência e a avaliação conjunta das práticas
políticas, combatendo a lógica de perpetuação acrítica do poder, cimentada em
manobras financeiras e contabilísticas, despotismo mal esclarecido, obstrução deliberada
dos circuitos de comunicação e na falta de respeito pelas opiniões e
contributos dos cidadãos;
- Respeite a independência e as dinâmicas de desenvolvimento local
e promova o estabelecimento de parcerias activas de qualidade;
- Permita construir projectos estruturantes, recusando a
promoção de intenções populistas, quase sempre desarticuladas e sem
possibilidade prática de concretização, meramente propagandísticas, quando não
reveladoras de uma certa megalomania ao serviço dos interesses das lideranças
partidárias.
Resumindo, quero uma campanha bonita, limpa e boa. Não sei se
será possível, mas caramba, podem pelo menos tentar, não?
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