Finalmente, após longa agonia, soou hoje o dobre a finados pela Ternisa: foi aprovada por maioria de 2/3, em Assembleia Municipal realizada esta tarde, a sua extinção. Continuando com a metáfora de cariz religioso, o funeral decorrerá aquando da última Assembleia Geral da empresa, que formalizará a extinção da mesma, correspondendo à missa de 7º dia a liquidação do respectivo património pela Comissão Liquidatária.
Apesar de o desfecho ser esperado, com o paciente à muito mantido vivo graças apenas a balões de oxigénio e em morte cerebral mais do que evidente, não deixa de causar tristeza o fim de mais um projecto municipal de grande envergadura, parecendo-me estar, cabalmente e à exaustão demonstrada, a falta de apetência da CMN para a gestão empresarial.
Significa a deliberação da Assembleia Municipal, e isso foi hoje, a exemplo do sucedido na última Reunião de Câmara, repetidamente mencionado, que encerra a empresa Ternisa e não as Termas de Nisa, que se manterão em funcionamento pelo menos enquanto se encontrar em funções a Comissão Liquidatária, a quem competirá apresentar à Assembleia Municipal, que nesta questão detém a palavra final, sugestões acerca do futuro modelo de gestão do complexo.
Não posso deixar passar em claro que se remete para uma Comissão Liquidatária, com tempo de vida certo e limitado, a solução de um problema que dois Executivos Camarários, duas Assembleias Municipais e dois Conselhos de Administração não foram capazes de resolver.
Em relação à Assembleia Municipal realizada esta tarde, devo dizer que decorreu com mais civilidade do que muitas a que já assisti. Continuam os problemas do costume: as queixas dos Deputados Municipais acerca da falta de informação, o desconhecimento, por parte da Mesa, do Regimento da mesma e da legislação aplicável, o arrastar de intervenções que a meio fogem dos pontos da Ordem de Trabalhos, o ruído de fundo que é por vezes intolerável e o exagero das intervenções do Executivo quando comparadas com as dos Deputados Municipais.
Acerca dos Deputados Municipais, e para terminar, devo dizer que me começa a cansar a queixa da falta de informação. Se não lha facilitam, e acredito que não, porque não a buscam? Porque não se dirigem aos serviços sobre os quais desejam obter dados e os exigem? Será porque é mais interessante para o espectáculo ir endereçando farpas ao Executivo e em particular à Presidente da Câmara? Esta tarde, foi quase confrangedor constatar a falta de conhecimentos sobre o assunto em discussão, que resulta, mais do que da sonegação de documentos, da falta de preparação dos Deputados Municipais e até da Mesa da Assembleia, que não se preocuparam em conhecer os Estatutos da Ternisa, o Código das Sociedades Comerciais ou a legislação aplicável ao Sector Empresarial Local, facto que gerou a tremenda confusão verificada no final da Assembleia.
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