Eu bem avisei!

Vez em quando, muito vez em quando, o nome de Nisa surge nos orgãos de comunicação social nacionais. Desta feita foi na RTP1, no programa "Portugal em Directo", emitido ontem. Em causa a situação económica das Termas da Fadagosa de Nisa, que, segundo a reportagem, apresenta resultados muito aquém do esperado, quer em termos de utentes, quer em termos financeiros. Ainda segundo o noticiado, os trabalhadores não recebem os seus salários há dois meses e não deverão ser renovados os contratos de 27 dos 40 trabalhadores da empresa.




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Para quem não tem acompanhado o atribulado percurso das Termas, propriedade da Ternisa, recordo que a mesma é uma Empresa Municipal, com 87,5% do seu capital social a ser detido pela Câmara Municipal de Nisa.

Segundo o representante sindical que presta declarações na reportagem, a responsabilidade do descalabro é do anterior Conselho de Administração, entretanto remodelado, sendo este acusado de incapidade e incompetência, que resultaram em má gestão do empreendimento. O referido sindicalista lança ainda para a discussão a acusação de que lutas partidárias no seio da autarquia estão também a prejudicar gravemente as Termas.

Em devido tempo, não sendo gestor "encartado" ou economista, alertei para a falta de credebilidade do estudo de viabilidade económica e do estudo de mercado,  que pecavam por um flagrante e desajustado optimismo, completamente alheado da realidade do panorama e evolução do termalismo nacional e da realidade do concelho.  Seguiram-se sucessivos tiros no pé, em termos de comunicação e marketing e encargos elevados com pessoal, bem como a falta de acordos com entidades na área da saúde que permitissem rentabilizar o investimento. Como se não chegasse, temos o acordo pelo qual a autarquia de responsabiliza a cobrir os prejuízos da Empresa na proporção da sua participação na mesma. Finalmente, por cereja no topo do bolo, a surda guerrilha partidária que assola a Câmara Municipal não permite que os eleitos cheguem a um entendimento sobre esta questão. Eu sei que não devia, mas lá vai: eu bem avisei!