sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Será (da) chuva, será (da) gente?


Foi notícia de abertura de todos os jornais televisivos, à hora de almoço, o alvoroço em que andou Lisboa por força das inundações que afectaram boa parte da Baixa da cidade. Em jeito de justificação, apressou-se o Vereador responsável pela Protecção Civil, Manuel Brito, a declarar: “Houve um pico anormal de chuva numa altura de maré alta, o que piorou a situação”.

Cerca das 13:00 horas, devido à forte chuvada que então fustigava Nisa, decidi ir buscar o meu filho à escola. Ao percorer as ruas da vila não pude deixar de reparar nos vastos lençóis de água, alguns com bastante profundidade, que cobriam boa parte das ditas, nomeadamente a Rua Visconde Vale da Sobreira, a rotunda da Praça da República, o Largo Heliodoro Salgado e a Avenida 25 de Abril. Não sei, mas adivinho, que panorama semelhante tenha ocorrido em boa parte das restantes artérias da localidade.

Que seja do meu conhecimento, ainda nenhum responsável da Protecção Civil em Nisa justificou fosse o que fosse. Se tal vier a ser feito, sempre quero ver qual vai ser a justificação: é verdade que choveu a cântaros, mas cá no burgo, havendo por aí quem faça ondas, marés não há.

Por não ser autarca, técnico autárquico nem pertencer à Protecção Civil, sou assumidamente ignorante acerca dos insondáveis mistérios do funcionalismo municipal e do seu planeamento. Por mim, ignorante mas não burro, ao ser alertado, há três dias, para a previsão de mau tempo por estas bandas, lá subi ao telhado a limpar algerozes e dei uma vista de olhos pelos bueiros do terraço, certificando-me que tudo estava desentupido e em boa ordem. Assim quem de direito tivesse mandar fazer o mesmo às sarjetas....
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