A moda também parece ter pegado de estaca na Selecção Nacional de Futebol. Senão vejamos: Nani, ao chegar a Lisboa, presta declarações à imprensa e, logo de seguida, emite um comunicado. Deco, na sequência de uma substituição, presta declarações à imprensa e, logo de seguida, emite um comuicado. Cristiano Ronaldo, após a derrota de ontem, presta declarações à imprensa e, logo de seguida emite um comunicado.
Só esta sucessão de comunicados já merecia, ela própria, um comunicado, talvez de Carlos Queiroz ou da Federação Portuguesa de Futebol. Mas como Queiroz se parece, cada vez mais, com aqueles cãezinhos que nos anos setenta, cuidadosamente centrados sobre felpudo tapete, decoravam as chapeleiras de 1 em cada 3 Ford Capri que roncavam nas estradas nacionais, sempre de sorriso alarve abanando a cabecinha em permanente estado de auto-satisfação, e a FPF me lembra o Hardy (da parelha Laurel & Hardy, ou, por cá, Bucha e Estica), que nunca produzia discurso inteligível, substutuido por sons balbuciados e incoerentes, vão debitando comunicados os jogadores.
Mas o que realmente me fascina nos comunicados que foram dados à estampa é o facto de, invariavelmente, servirem para desmentir ou mitigar declarações anteriormente proferidas. Senão vejamos:
- Nani, em declarações à imprensa: "Numa semana estarei bom.";
- Nani, em comunicado: "Deveria ter-me explicado melhor (...)".
- Deco, em declarações à imprensa: "(...) surpreendeu o treinador me pôr do lado direito (...) e depois, passados 5 minutos, me substituir (...)";
- Deco, em comunicado: "(...) nunca tive e não tenho nenhum problema com o treinador e jamais foi minha intenção colocar em causa as decisões do professor Carlos Queiroz(...)".
- Ronaldo, em declarações à imprensa: "O que é que eu explico? Fale com o Carlos Queiroz.";
- Ronaldo, em comunicado: "(...) naquele momento não conseguiria dizer mais que três ou quatro frases lúcidas. (...) Jamais pensei que aquela simples e inocente frase provocasse tanta polémica, por isso peço que não encontrem fantasmas onde eles não existem, porque a realidade é que estão a criar um caso que não é caso".
Das três uma: ou entrei definitivamente na fase decadente da minha vida, a desenvolver acentuada esclerose múltipla ou grave psicose esquizofrénica; ou os jogadores, poços de iliteracia funcional, têm que voltar para a escola e aprender a falar português, para passarem a dizer exactamente aquilo que querem; ou a verdade do cansaço, (invenção minha, coisa assim do género da "in vino veritas", a verdade do vinho), que acontece quando as pessoas estão saturadas, psíquica ou fisicamente, os fez dizer o que lhes ia na alma, mas depois, porque não têm "cojones", porque não é politicamente correcto ou porque lhes estraga a imagem pública, se apressam a desmentir, normalmente quando intervem o agente desportivo ou o pessoal do marketing.
Ora, sendo certo que os anos me vão invadindo como as marés cheias os estuários, creio manter ainda toda a minha lucidez. Assim, só me resta concluir que, entre a ileteracia funcional dos jogadores em questão e a verdade do cansaço, seguida da tal falta de "cojones" e quejandos, estará a resposta.
Uma última palavra que se diz por vezes aos meninos: cresçam e apareçam!
- Ronaldo, em declarações à imprensa: "O que é que eu explico? Fale com o Carlos Queiroz.";
- Ronaldo, em comunicado: "(...) naquele momento não conseguiria dizer mais que três ou quatro frases lúcidas. (...) Jamais pensei que aquela simples e inocente frase provocasse tanta polémica, por isso peço que não encontrem fantasmas onde eles não existem, porque a realidade é que estão a criar um caso que não é caso".
Das três uma: ou entrei definitivamente na fase decadente da minha vida, a desenvolver acentuada esclerose múltipla ou grave psicose esquizofrénica; ou os jogadores, poços de iliteracia funcional, têm que voltar para a escola e aprender a falar português, para passarem a dizer exactamente aquilo que querem; ou a verdade do cansaço, (invenção minha, coisa assim do género da "in vino veritas", a verdade do vinho), que acontece quando as pessoas estão saturadas, psíquica ou fisicamente, os fez dizer o que lhes ia na alma, mas depois, porque não têm "cojones", porque não é politicamente correcto ou porque lhes estraga a imagem pública, se apressam a desmentir, normalmente quando intervem o agente desportivo ou o pessoal do marketing.
Ora, sendo certo que os anos me vão invadindo como as marés cheias os estuários, creio manter ainda toda a minha lucidez. Assim, só me resta concluir que, entre a ileteracia funcional dos jogadores em questão e a verdade do cansaço, seguida da tal falta de "cojones" e quejandos, estará a resposta.
Uma última palavra que se diz por vezes aos meninos: cresçam e apareçam!
1 comentário:
gosto muito dos seus comentários, acho que o caso é mesmo esse prometem muito e depois nada,ou seja aos espanhois não foi preciso muito ketchup,bastou um golo.
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